sexta-feira, 29 de junho de 2007

Pequenas constatações diárias

Isso não é rímel, são as suas lágrimas disfarçadas de vida maravilhosa. As lágrimas que nunca evaporam, continuam a rolar no estojo de maquiagem. E voltam pro rosto. A vida é ritmada pela novidade, é por isso que as crianças gostam tanto de girar. Leve-se à festa na cidade, leve a sua bola, a sua mãe, o seu pai, o seu melhor amigo. Seja agradável, mesmo que ligeiramente. Sorria, ainda que escondido. Faça uma surpresa como o vento, refresque alguém. Dance ao som dos ritmos africanos, como os balões no céu, os estilistas no céu, os pompons. Luvas cirúrgicas são tão difíceis de se colocar, mas ficam tão bonitas nas mãos das nutricionistas. Comova-se com os pequenos animais, quebrados em algum lugar, nas ruas, tente conserta-los; comova-se também com os deficientes, com os tímidos, mas, esses, não, não tente conserta-los. Aprenda canções idiotas com a sua amiga para vocês cantarem durante as aulas de farmacologia, de pé sobre as mesas, em sinal de protesto. Observe os rapazes voltarem dos beijos nessas grandes festas, observe as moças, elas são sempre puras, mas você não é, nunca se é puro quando se tem mais histórias pra contar do que sapatos. O seu encontro com a linha de chegada é no dia em que você quer saber se pode correr muito, então deixe que o tempo passe à uma velocidade louca, talvez ele também queira encontrar a linha de chegada. À bordo do desmaio, demita-se, indo para a rua. Indo para a vida. Indo para o amor. Também há açúcar e desejo nas casas dos velhinhos. Explore a parte côncava dos braços abertos, experimente a nuca tensa de estar apaixonada. Há rapazes lindos que você nunca beijará e livros que você não lerá nunca, mas há outros que você comerá. Aí está, um móvel a montar. A desmontar. Extensões, torções. Cortes perfeitamente redondos se tornam cicatrizes perfeitamente redondas. O mundo é triste. O mundo é alegre. Mas não se deixe levar pela oscilação dessa máxima. Seja o que você quiser. Retorne a ligação. Ouça rádio. Não belisque os bebês. Estique os dedos. Estire-se. Abra os olhos. Feche os olhos. Um abraço.

(Créditos para Ju Fiúza)

Conselho engraçado q eu dei....

Um amigo (grande amigo, amigo de muito anos e portador de muitos segredos compartilhados) me procurou pra conversar...pra se desabafar, pra pedir conselhos...
{Engraçado como até homem de vez em quando precisa de colo e avaliação de namoro entre amigos}.
Então, depois de ouvir toda a história - interrompida de tempos e tempos por pequenas observações pertinentes - ele se vira e me pergunta:
Jana, qual a conclusão que você tira disso tudo?
E eu, clássica, direta e cirúrgica, respondi:

- A Dama e o Vagabundo? Só deu certo no cinema.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

You taste so good that hurts sometimes....


"Talvez eu venha a envelhecer rápido demais.
Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.
Talvez eu sofra inúmeras desilusões...
Mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei.
Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais.
Mas jamais irei me considerar derrotada.
Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda.
Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão...
Talvez um dia o sol deixe de brilhar.
Então, irei me banhar na chuva.
Talvez um dia eu sofra alguma injustiça.
Mas jamais irei assumir o papel de vítima.
Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos.
Mas terei humildade para aceitar as mãos que se estenderão em minha direção.
Talvez eu seja enganada inúmeras vezes.
Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.
Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros.
Mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.
Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades.
Mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.
Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música.
Mas então, farei que a música siga o compasso dos meus passos.
Talvez eu não consiga mais enxergar um arco-íris.
Mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.
Talvez hoje eu me sinta fraca.
Mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.
Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias.
Mas terei a consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em minha alma.
Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações.
Mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas.
Talvez eu não seja exatamente quem gostaria de ser.
Mas passarei a admirar quem sou.
Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor.
E, se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado:
"Ainda não chegou o fim"
Porque no final, não haverá nenhum "talvez", mas a certeza de que a minha vida valeu a pena e eu fiz o melhor que podia."

Não consigo dormir, sua lembrança tão nítida é minha insônia....


Eu,Pisciana de nascimento e marciana por adoção,
Portadora dos defeitos mais imperdoáveis,
E dona de virtudes questionáveis.
Eu,
Cidadã da terra e do mundo,
filha do questionamento, irmã da curiosidade,
tendo por prima a insegurança.
Eu,
Dona de olhos que enxergam mais do que deveriam
e de um coração que sente bem mais do que gostaria.
Eu,
Andarilha errante, Passageira clandestina,
Mulher menina.
Eu,
Que errei muito mais que acertei
Que muitas vezes meti os pés pelas mãos,
Que disse o que jamais deveria ser dito,
e calei a palavra necessária.
Eu,
Feliz proprietária de um barraco de sonhos
com pretensões de transformar-se um dia em castelo,
Vizinha da euforia, Inquilina da tristeza.
Eu,
Que nada mais quis além de um pequeno pedaço de vida
Onde pudesse cultivar algumas porções de felicidade, e que,
Despreparada,
semeei a terra infértil.
Eu,
Que sem ser Amélia nunca tive vaidade,
Que sem ser Tereza Batista, cansei-me de guerra.
Eu,
Sobrevivente do meu próprio holocausto,
Heróina desbravadora de minhas próprias estepes.
Eu,
Que escrevo com esperança de chegar a ser.
O quê, ou quem, nem eu mesma sei.
Eu,
que amo e ainda continuarei a amar, mesmo que me doam todos
os pedacinhos de mim.
Eu,
tantas vezes mal-compreendida...
Eu,
Imbuída de um sentimento renovador,
Tomada pelo espírito de liberdade,
Declaro tempos de mudanças:
Instituo novos termos de responsabilidade.
Crio uma nova regra:
NÃO HAVERÃO REGRAS!
Firmo meu termo de compromisso.
Com testemunhas.
De fato e de direito.
Assinado,
Jana Fiúza

(Créditos p/ Ju Fiúza)
Eu estava perdida . Perdida em uma cidade enorme. Perdida em um desejo enorme. Perdida em letras. Sem planos. Sem motivos. Sem nada no bolso, nem no coração. Então eu me apaixonei.Me apaixonei por aqueles olhos. Olhos que me olhavam e me pediam. Em silêncio. Vai, leva, foge comigo do mundo.Me deixa mergulhar nesses olhos, faça de mim sua vontade, me leva pra terra e pro céu, mas não me deixe sozinho aqui. Não agora. Lindo! Esse era o problema. Ele era lindo, louco e sorria melhor do que eu.Vem cá, aonde é que você estava? De onde você tirou essa poesia toda ? Lindo. Eu não conseguia pensar. Não conseguia escrever. Eu não conseguia dormir, nem comer, nem chorar. Lindo! Noites passadas em claro, roupas sem passar, garrafas pelo chão, trabalhos perdidos, todo o juízo na lata do lixo. Lindo, lindo, lindo! Eu não poderia mais ser o que eu era. Não poderia voltar para mim depois de olhar para aqueles olhos e ver aquela boca dizendo coisas sempre lindas que não posso revelar.Lindo aquele silêncio que tanto dizia.Lindo aquele olhar que economizava palavras.Lindo, lindo, lindo!Meu dia começava, minha noite não tinha fim. Eu não sabia mais quem eu era, mas gostava de mim. E ia. Me leva pra sua casa na praia, escreva poemas na areia, mas por favor, não me deixe ser quem não sou. Não me deixe ser sem você. Não me deixe ficar sem olhar pra esses olhos que tudo dizem e nada prometem. Eu preciso de você. AGORA.Estávamos surpreendidos por nossos próprios sentidos, nossas próprias palavras, coladas umas às outras. Éramos letras. Frases. Frases sem ponto, vírgula, sem acento, sem vergonha, sem censura, sem fim. Éramos frases com sentido, TAMANHO NOSSO DESEJO De fazer história. (E o melhor é que não precisávamos escrever. A poesia éramos nós. E já estávamos escritos. Na espuma branca daquele mar...) (VIRAMOS EM-CANTO.) Uma semana deliciosa para todos! Que nossos desejos nos alimentem e não nos destruam... (Não agora...)

Artigo de Flávio Gikovate


Uma das frases que estamos acostumados a ouvir é: “Eu amo a meu modo”. É claro que isso é dito em conseqüência das queixas e insatisfações do companheiro, que se sente pouco atendido em suas pretensões de carinho e atenção. Será mesmo que existem vários modos de amar? Ou será que a hipótese é usada, de má-fé, para encobrir a falta da capacidade de amar?Há pessoas que gostam – e necessitam – de relações afetivas próximas e intensas, ao passo que outras preferem relações mais frouxas. Quando duas pessoas com expectativas amorosas diferentes se unem, é claro que aquela que espera um relacionamento mais intenso fica insatisfeita, mesmo quando o parceiro se dedica a ela da forma mais leal e honesta. Acho que talvez seja mais adequado pensar em diferentes graus de intensidade amorosa em vez de pensar em diferentes formas de amar.Sim, porque esta última forma de raciocinar abre as portas para muitos tipos de comportamento claramente egoístas, em que se podem usar palavras de natureza amorosa sem que elas venham acompanhadas de comportamentos compatíveis. Dizer "eu te amo" não custa nenhum tipo de esforço ou sacrifício. Se expressões desse tipo não vêm acompanhadas de atitudes próprias desta emoção, elas são pura demagogia.Funciona mais ou menos assim: o demagogo diz que ama a seu modo e que isto não significa ter atitudes de dedicação e agrado em relação ao seu par. Por outro lado, ele espera do parceiro a renúncia e a generosidade próprias do modo de amar do outro. O processo envolve, pois, dois pesos e duas medidas, uma vez que as pessoas que amam a seu modo nunca se relacionam intimamente com outras pessoas que amam do mesmo modo que elas, preferindo pessoas que amam de um modo mais convencional.Temos todas as razões do mundo para desconfiar das palavras, especialmente daquelas que não vêm acompanhadas de atitudes coerentes com elas. Acho melhor encontrarmos uma só forma de descrever o amor e definitivamente só considerarmos como capazes de amar aqueles que se comportam de acordo com o descrito. Ou seja, penso que a melhor forma de conceituar o amor seja considerar que aquele que ama se sente muito bem em agradar e paparicar a pessoa amada.Uns farão sacrifícios maiores para isso do que outros, mas todos aqueles que amam de verdade sentem-se felizes interiormente quando são capazes de proporcionar alegria e felicidade ao amado. Amar é, então, gostar de agradar a pessoa amada, ficar feliz com sua felicidade, querer ver a pessoa prosperar. É fazer todo o possível para que estas coisas se realizem.Agradar a pessoa amada significa fazer as coisas que a deixam satisfeita e, principalmente, que a fazem sentir-se amada. E o que agrada a outra pessoa não é obrigatoriamente o que nós achamos que vai agradar. É importante observar quem se ama, conhecer seus gostos e vontades. Não tem cabimento um homem dar uma jóia de presente a uma mulher que não gosta de jóias! Às vezes vale mais uma flor do que um anel de brilhantes.Quando não existe esse tipo de troca num relacionamento, penso que não deveríamos usar a palavra amor para descrever o elo que une duas pessoas. Não é raro que um dos indivíduos seja do tipo que sempre gosta de paparicar o parceiro, ao passo que o outro é displicente, só gosta de receber agrados, "ama a seu modo". Nesse caso, o que agrada ama, mas não está sendo amado, está sendo explorado. É co-autor de uma história de amor unilateral.Não posso esconder as reservas que tenho em relação a esses tipos de relacionamento. Eles não fazem parte das verdadeiras histórias de amor, que são sempre trocas ricas e gratificantes para ambos os envolvidos. As verdadeiras histórias de amor acontecem quando duas pessoas amam do mesmo modo, e o sentimento provoca sempre uma enorme vontade de cuidar do amado. http://www.flaviogikovate.com.br/

domingo, 24 de junho de 2007

Para tu amor (tradução)

Para teu amor, eu tenho tudo
desde meu sangue até a essência de meu ser
e para seu amor que é meu tesouro
tenho minha vida inteira em teus pés
tenho também um coração que morre por dar amor
e que não conhece o fim
um coração que bate por você
para teu amor, não há despedidas
para teu amor eu só tenho eternidade
e para teu amor que me ilumina,
tenho uma lua, um arco-íris e um troféu
e tenho também
um coração que morre por dar amor
e que não conhece o fim
um coração que bate por você
por isso
eu te quero, tanto que não sei como explicar
o que sinto
eu te quero, porque sua dor, é a minha dor
e não ha duvidas
eu te quero com a alma e com o coração,
te venero
hoje e sempre, obrigado eu te dou meu amor, por
existir
para teu amor eu tenho tudo
eu tenho tudo e o que não tenho também
conseguirei
para teu amor, que é meu tesouro
tenho a minha vida toda inteira a seus pés
e tenho também...




Como eu te disse ontem, por você, eu faria mil vezes.....

Para tu amor

Para tu amor lo tengo todos
Desde mi sangre hasta la esencia de mi ser
Y para tu amor que es mi tesoro
Tengo mi vida toda entera a tus pies
Y tengo también
Un corazón que se muere por dar amor
Y que no conoce el fin
Un corazón que late por vos
Para tu amor no hay despedidas
Para tu amor yo solo tengo eternidad
Y para tu amor que me ilumina
Tengo una luna, un arco iris y un clavel
Y tengo también
Un corazón que se muere por dar amor
Y que no conoce el fin
Un corazón que late por vos
Por eso yo te quiero tanto que no sé como explicar
Lo que siento
Yo te quiero porque tu dolor es mi dolor
Y no hay dudas
Yo te quiero con el alma y con el corazón
Te venero
Hoy y siempre gracias yo te doy a ti mi amor
Por existir
Para tu amor lo tengo todo
lo tengo todo y lo que no tengo también
Lo conseguiré
para tu amor que es mi tesoro
Tengo mi vida toda entera a tus pies
Y tengo también
Un corazón que se muere por dar amor
Y que no conoce el fin
Un corazón que late por vos
Por eso yo te quiero tanto que no sé como explicar
Lo que siento
Yo te quiero porque tu dolor es mi dolor
Y no hay dudas
Yo te quiero con el alma y con el corazón
Te venero
Hoy y siempre gracias yo te doy a ti mi amor

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Pensando em vc...


Não sei to que força é essa que me move a escrever a você... só sei que é descomunal, imperativa, inexplicavelmente me impelindo a tentar fazer com que meus pensamentos tomem forma de linguagem. Talvez essa força seja você, sua lembrança ainda tão viva nos meus dias; talvez seja apenas eu e minha sede insaciável de palavras; talvez seja o ar que teima em carregar folhas de uma estação que já passou ou quem sabe seja apenas o calor do café percorrendo meu corpo e confundindo meus sentidos...
Sem chegar á qualquer conclusão, apenas me sento resignada diante do meu trono de retórica e me rendo suavemente ao poder daquilo que naturalmente está fluindo de mim através dos meus dedos, apenas todas essas frases tolas transbordando de leves arrepios sobre a pele.
Quem sabe eu necessite te dizer apenas pequenas verdades ocultas por vaidades menores ainda. Dizer que minha razão senhora esconde um coração escravo, dizer que minha esperteza adolescente esconde um medo infantil, dizer que minha indiferença gélida esconde uma incandescência passional, dizer que minha virtude esconde minha lascívia, dizer que meu cigarro esconde meu nervosismo, dizer que minha desenvoltura esconde minha timidez,

Receita para lavar palavras sujas

Mergulhar a palavra suja em água sanitária, depois de dois dias coarar ao sol do meio- dia. Algumas palavras quando são alvejadas ao sol adquirem a consistência de certeza, por exemplo, a palavra VIDA.
Existem outras, e a palavra AMOR é uma delas, que são muito desgastadas e encardidas pelo uso, o que recomenda esfregar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente.
São poucas as palavras que resistem a esses cuidados mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tiram sujeiras difíceis, mas toda tentativa de lavar a PIEDADE foi sempre em vão.
Eu nunca vi palavra tão suja como PERDA. Perda e MORTE, na medida em que são alvejadas, soltam um líquido corrosivo que atende pelo nome de AMARGURA, que é capaz de esvaziar o vigor da língua. O aconselhável nesse caso é mantê-la de molho em amaciante de boa qualidade.
Mas se o que você quer é só aliviar as palavras de uso diário você pode usar sabão em pó e máquina de lavar. O perigo é misturar palavras que mancham em contato mas com as outras – CULPA, por exemplo, culpa mancha tudo que encontra. Culpa deve ser sempre alvejada sozinha.
Outra mistura pouco aconselhada é AMIZADE E DESEJO. Desejo é uma palavra intensa e sim, pode, o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade.
É importante não lavar demais as palavras, correm o risco de perderem o sentido – aquela sujeirinha cotidiana, quando não é excessiva, produz uma oleosidade que dá vigor aos sons.
Muito importante na arte de lavar palavras é saber reconhecer uma palavra limpa. Conviva com a palavra alguns dias, deixe que se misture em seus gestos, que passei pela expressão dos seus sentidos. Á noite, permita que se deite; não á seu lado mas sobre o seu corpo e, enquanto você dorme, a palavra plantada em sua carne se prolifera em toda a sua possibilidade.
Se você puder suportar essa convivência, até não mais perceber a presença dela, aí você tem uma palavra limpa.
Uma palavra limpa é uma palavra possível.

Pressentimentos

Amigos, profundos conhecedores de Jana Fiúza, diriam: - como ela ousa falar de pre-sentimentos se raramente ela demonstra sentimentos? È , meus caros, 25 anos se passaram, e a velha Fiúza se mantém igual. Ainda sou aquela que percebe tudo ao redor, aquela que se esconde atrás de maquiagem e malboro apenas para que não notem que estou notando tudo, aquela a quem é perigoso conceder 24 horas, a psicóloga natural, a perspicácia vestida de ingenuidade, a agnóstica (graças a Deus)...
Não tentem me passar a perna. Sou completamente aversa a rasteiras.
Não tentem se passar por falsos Messias. Já tenho essa bíblia decorada na cabeça.
Não tentem duvidar da minha palavra. Uma vez que eu a tenha acordado, é impossível adormecer o que eu digo.
Não tentem me acusar de agnosia. Sofro de miopia, não de cegueira.
Não tentem me chamar de louca. Apenas os loucos são capazes de amar sem explicação.
Não sou de meios termos, na minha balança nunca há contrapesos.
Não gosto de receber mentiras nem rosas.
Sou passional, não passiva.
Porque as pessoas tendem a negar a realidade tão branca e simples?
Eu não perdi meu telefone. Eu não peguei um ônibus com passagem só de ida. Eu não estudo 24 horas por dia. Meu computador não está quebrado. Eu não esqueci nenhum endereço. Eu não tomo mais do que três ou quatro banhos por dia. Eu não estou sempre doente. Eu não fui passar uns dias na casa do meu pai. Eu não fui a lugar algum, eu apenas desapareci por livre e muitíssimo espontânea vontade.
Porque? Ora, porque...Porque é tempo de se guardar. É tempo de extirpar toda a mentira e focar apenas no que é real. Ouvi hoje “Beautiful Day”, do U2 e uma frase me chamou atenção: “o que você não tem, você não precisa ter neste momento”. Depois dessa, cabe a mim apenas calar e consentir...

sábado, 16 de junho de 2007

Sentindo seu cheiro e morrendo de saudade de vc, lindo...

A vida te dá uma rasteira. Você cai, tropeça, o sonho borra a maquiagem, o coração se espalha. Você sente dor, perde o rumo, perde o senso e promete: paixão, nunca mais. Você sente que nunca irá amar alguém de novo, que amor é conversa de botequim, ilusão de sentido, que só funciona direito para fazer música, poesia e roteiro de cinema.E você inventa. Um amor pra distrair. Um amor pra ins-pirar. Um amor pra trans-pirar. Uma paixão aqui, um quase-amor ali. Ainda bem que existem amigos para amar, abraçar, sorrir, cantar, escrever em recibos e tirar fotos bonitas. E a vida segue. Feliz.Sua imaginação te preenche, seus amigos te dão colo, vodka e dias incríveis. Aí do nada ele surge. Ele. Ele que é diferente de tudo. Ele que é tudo. Mas tudo não existe. Ele sim. Ele existe. E gosta de mpb, de praia, de palavras simples e cinema. Ele que é lindo. Vocês estão ouvindo? LINDO! Lindo por fora, mas infinitamente lindo por dentro. Que tem sonhos molhados, planos no varal e o coração atirado na mala. Ele que não se parece com nada. Ele que combina comigo. Ele não gosta do morno, de mais ou menos, de música feia, nem sentimento pequeno. Ele que me abriu o verbo, me fez chorar, escancarou o coração. Me enxergou por dentro, me chamou de anjo, disse que eu sonhava lindo e me deixou tímida. Entenderam? Ele me deixou tímida! E me contou coisas lindas, conversou sobre todas as besteiras que eu tava disposta, devolveu minha esperança, me fez querer acreditar de novo. Ele que não gosta de jogos, que tem o sorriso mais lindo do mundo, que não pára nunca de sorrir. Eu que não paro nunca de lhe buscar e me encontrar... Ai, pára tudo. Eu quero um All Star porque nao vou desistir, eu vou ficar com ele. Eu não gosto de tênis, vivo de salto, mas eu quero um All Star 39 porque eu vou atrás dele. Porque planos nem sempre dão certo e a gente tem que ousar e desafiar a razão: eu vivo para sentir. E eu sinto que quero estar com ele. Agora. Quero viver bons momentos, escrever versos e viver de amor. Sem medo. Sem planos a longo prazo. Vou viver e ser. Vou viver, ser e amar. Vou viver, ser, escrever e amar. Com ele. Até o fim.

domingo, 10 de junho de 2007

Auto - análise




Me colaram no tempo, me puseram uma alma viva e um corpo desconjuntado. Estou limitada ao norte pelos sentidos, ao sul pelo medo, a leste pela cegueira e oeste pela minha educação.
Me vejo numa nuvem, rodando, fluída...depois chego á consciência na terra, ando como os outros, me pregam numa cruz, numa única vida.
Faculdade. Indignada, me chamam pelo número, detesto hierarquia. Me puseram o rótulo de estudante, vou indo, vou andando, aos solavancos.
Danço. Rio. Estou aqui, estou ali, desarticulada, gosto de todos, não gosto de ninguém, batalho com os espíritos do ar, alguém da terra me faz sinais, não sei mais o que é o bem nem o mal.
Minha cabeça voa acima dos prédios, estou suspensa, angustiada, no éter, tonta de vidas, de cheiros, de movimentos, de pensamentos, não acredito em nenhuma teoria.
Estou com meus antepassados, me balanço em arenas espanholas, é por isso que saio ás vezes pra rua combatendo personagens imaginários; depois estou com meus parentes loucos, ás gargalhadas, na varanda de casa, olhando os girassóis do jardim.
Estou do outro lado do mundo, daqui a cem anos, levantando populações...
Me desespero porque não posso estar presente em todos os atos da vida.
Onde esconder minha cara? O mundo samba na minha cabeça. Triângulos, estrela, noite, pessoas andando, presságios brotando no ar, diversos pesos e movimentos me chamam a atenção...o mundo vai mudar, a morte revelará o verdadeiro sentido das coisas.
Andarei no ar.
Estarei em todos os nascimentos e em todas as agonias, me aninharei nos recantos no corpo dos noivos, na cabeça dos artistas doentes, dos revolucionários.
Tudo transparecerá: vulcões de ódio, explosões de amor, outras faces aparecerão na terra, o vento que vem da eternidade suspenderá os passos, dançarei na luz dos relâmpagos, beijarei sete homens, abraçarei as almas no ar, me colocarei nos quatro cantos do mundo.
Almas desesperadas, eu vos amo. Almas insatisfeitas, ardentes. Detesto os que se enganam, os que brincam com a vida, os homens práticos, os soldados que perderam a batalha, as mães bem mães, os machos bem machos, os doidos bem doidos.
Vivam os transfigurados, ou porque eram perfeitos ou porque jejuavam muito...
Sou a presa da mulher que fui anos tempos passados, dos amores raros que tive, vida de planos ardentes, desertos vibrando sob os dedos da paixão, tudo é ritmo do cérebro da escritora. Não me inscrevo em nenhuma teoria, não acredito em nenhuma técnica – estou no ar, na alma dos criminosos, dos amantes desesperados, na sombra do meu quarto modesto, no pensamento dos homens que movem o mundo, nem triste nem alegre, chama com dois olhos andando, sempre em transformação.Não ser feliz explica tudo. Uma vez que fui agraciada pela felicidade, sofro por tudo aquilo que não se pode dizer.

Cansei de pensar em ti até mesmo quando tento te esquecer...


Não sei porque resolvi atender teu insistente telefonema...
Não sei bem o que senti ao ouvir tua voz; aliás, nem sei ao certo se eu senti alguma coisa.
No fim das contas, eu não ousaria te ver mais uma vez...
Sabe porque? Porque eu não posso perder meu coração duas vezes.

Do que eu senti por você, só restam escombros.
Certezas que eu não gostaria de ter.
E a maior delas é que: há tempos que estou profundamente cansada de gostar de você.
Estou exausta desse amor.


Esqueçamos de nós.