segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Eu sei....


- Janaína, como você mudou!


Será que ultimamente escuto essa frase com tanta frequência porque eu mudei de verdade ou porque no fim das contas, as pessoas não me enxergavam de verdade?

Vi em "O Senhor dos Anéis" - "eu estou tão cansado, igual pouca manteiga passada em um pedaço de pão grande demais". Nossa, é exatamente assim que me sinto, meio com os braços demasiadamente curtos pra abraçar tanta coisa. Meus pensamentos, pra variar, são os mais variados possíveis...São cada vez mais incertas as minhas mais absolutas certezas.

No fim das contas, eu só queria fugir...mas acabo me deixando ficar.

Não suporto frescuras, não suporto crianças, não suporto ser agradável, não suporto ter paciência, não suporto escolher, não suporto deixar de ser egoísta, não suporto você. Ou suporto?

Eu te pedi pra nunca mais me procurar, mas você me procura mesmo assim. E sabe, eu não te amo mais. Talvez seja exatamente por isso que eu te odeio tanto, eu te odeio por não te amar mais faz tempo. Eu não te perdôo por eu ter acreditado que encontrar alguém perfeito é a única coisa necessária pra amar de verdade: você foi o mais bonito dos mortais, o mais fiel dos namorados, o mais dedicado dos homens, você me disse sim quando o mundo me disse não... E mesmo assim, eu não amei você. Não amei, não amei, não amei, não amei.....

Isso dói em nós dois, mas mais ainda em mim. Eu queria ter amado você, eu me obriguei a acreditar nisso, mas nunca foi verdade. Tudo que eu dei a você, no fim das contas dei a mim mesma e nada mais.

E não vou te desculpar por ter entrado na minha vida; não vou te desculpar por me fazer entender que perfeição é apenas mais um dos sonhos megalomaníacos de infância que a gente tem que abandonar mais cedo ou mais tarde; não vou te desculpar por ter me tornado alguém capaz de magoar um anjo como você; não vou te desculpar por ter me perdoado; e nunca, nunca, nunca vou ser capaz de desculpar você por ainda, mesmo depois de tudo que eu fiz, ainda gostar tanto de mim.

Deseje a minha morte, fale mal de mim pros seus amigos, diz que meu peito é silicone, encomende minha alma ao diabo, mostre uma foto minha com uma roupa bem brega, espalhe alguma história embaraçosa, diga que eu sou frígida ou burra ou ambos. Para de dizer que sou uma mulher incrível, para de afirmar que eu fui a melhor coisa da tua vida. Me machuca... Me dá subterfúgios pra eu me sentir melhor, arranca de mim essa culpa.

Posso colocar um band-aid em você? Posso colar os pedaços que eu deixei pra trás quando te virei as costas?

Mais uma vez me perdoe por ter te dito pra sumir, que eu amo outra pessoa. Eu fui cruel, mais uma vez. Mas é verdade, estou amando pela primeira vez na minha vida e queria que você também fosse feliz.

Me absolvo agora dos meus pecados e me permito ser completamente feliz com o homem que eu amo sem preocupações com o passado: de nós, não restaram nem escombros. Não há nada para ser lembrado, nada para ser esquecido.

Desculpa por ter cruzado teu caminho, adeus.

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