quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Saudades de vc...


Tenho falado muito em minha vida, tenho escrito talvez demais.

Nem sempre acerto o tom, nem sempre encontro as palavras, eventualmente magôo a quem amo e aliso a quem desejava censurar. Palavras são animais esquivos, ora belos, ora mortais. Ninguém os domestica de verdade, ninguém consegue fugir ao seu poder. Mas nem sempre sabemos o poder que elas têm e concedem.

Povos inteiros são iludidos com palavras grandiosas cujo alicerce era areia movediça; pessoas, famílias, sofrem pela palavra certa que não veio quando era esperada, ou chegou e estava vazia de conteúdo.

Ainda acredito que o ser humano não é essencialmente burro nem perverso, e isso inclui governos e autoridades. Mas perturba-me o que andam fazendo conosco: não temos poder, estamos ameaçados e desinformados do que se passava e se passa, nossos ouvidos são curtos para a vastidão dos bastidores com cenários acumulados, tudo falso, tudo papelão e tinta e meandros que nem sonhamos.

Ando cansada de frases, mas elas são a arma que me resta, a ferramenta com que nasci, o recurso que o destino colocou a meu dispor, mesmo quando as emoções se cansam.

Mas não encontro a palavra certa nem o silêncio adequado para falar, neste momento, nesta folha de papel, longe que estou dos acontecimentos da terra que escolho todos os dias para viver.

Valem pensamentos?

Pensamentos valem, cheios do desejo de que a gente não seja descartável, nossa história não se anule e a covardia não impeça a verdade: aquela por trás das palavras ocas e dos silêncios sorrateiros.

Que os pensamentos bons e as idéias saudáveis nos levem a dar em conjunto um grande grito transformador:

Assim a gente não quer mais!!!!!!!!!!!!!

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